A Inova-Ria, Associação de Empresas para uma Rede de Inovação em Aveiro, lança no último trimestre de 2021 um Fundo de 10 milhões de euros, cuja tese de investimento promove o financiamento de entidades com atividades reconhecidas e comprovadas em investigação e desenvolvimento (I&D).
A criação deste Fundo é por si só um fator diferenciador. Traduz uma estratégia que traz para o setor financeiro um instrumento qualificado que não detém um objetivo estritamente financeiro.
Paulo Marques, Gestor Executivo Inova-Ria, considera que “esta é uma iniciativa de contribuição regional para a aceleração de projetos e de todo o ecossistema circundante. A estrutura do Fundo assegura uma gestão profissionalizada, permitindo ao mesmo tempo atrair capital e enquadrá-lo em decisões de investimento.”
Apesar da geografia de atuação, que irá depender também da rede de influência do veículo de investimento e da sua equipa, a rede de contactos da Inova-Ria, à qual os seus associados acrescem valor, bem como o longo historial da Associação como facilitador entre a indústria e o ecossistema de inovação, atuam como facilitadores para a atração de parceiros institucionais e para a extensão de oportunidades a nível nacional e além-fronteiras.
Portugal em geral, e a Região Centro e Norte em particular, possuem Centros de I&D e recursos altamente qualificados. Trabalham-se as tecnologias de informação como motor da nova realidade pós-Covid. E surgem também soluções promissoras na vertente energética e nas indústrias de automação, robótica e microelectrónica.
As condições existem no terreno. Os “ingredientes” estão identificados. O Fundo seleciona os mesmos, combina-os e alicia o apetite externo.
A acrescentar, o enquadramento no instrumento nacional SIFIDE, Sistema de Incentivos Fiscais à I&D Empresarial, permite qualificar o contributo para fundos de investimento como despesas elegíveis, possibilitando assim que os parceiros investidores reutilizem o seu capital como alavanca para retornos mais apetecíveis.
Nada acontece, contudo, sem provação. Serão necessários produtos e tecnologias inovadoras e com potencial de comercialização. O Fundo fomenta o seu desenvolvimento através do investimento de capital em empresas que desenvolvam estes produtos e tecnologias, ou que estabeleçam parcerias para o fazer. O ciclo, desde a investigação da tecnologia, identificação e proteção do potencial inovador, produção dos produtos, à sua comercialização, deverá, com o tempo, viver por si próprio.
A Europa não é alheia a este tipo de estratégia. Reconhece que o desenvolvimento das tecnologias de informação e comunicação, as TIC, são vitais para a competitividade e para o crescimento da economia. Veja-se o exemplo do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional que disponibiliza mais de vinte biliões de euros para investimentos em TIC, reconhecendo assim a importância do estímulo económico aliado à tecnologia e à inovação, e fomentando o crescimento de uma Europa cada vez mais digital.
O Fundo da Inova-Ria, de âmbito local, abraça desde o início na sua estratégia a importância da globalização. Paulo Marques conclui, “a constituição do Fundo é uma iniciativa inovadora que reforça o posicionamento estratégico, político e económico da Inova-Ria na região, com a perspetiva de criação de uma rede com competências variadas, complementares e deslocalizadas.”
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